quinta-feira, 5 de março de 2009

Sobre a criação do blog

    Antes de tudo, é preciso fazer uma apresentação que consiga abranger todos os aspectos da criação desse espaço, afinal, não é a toa que se gasta - inutilmente ou não - um determinado tempo escrevendo sobre assuntos variados sem que se tenha um certo propósito ou expectativa quanto ao aproveitamento desses escritos.
    Pois bem: meu propósito é transferir conhecimento a qualquer individuo interessado nele. E mais que conhecimento, desejo expandir minhas opiniões sobre assuntos diversos, em especial a filosofia e a metafisica. Às vezes, ficamos bitolados em alguns conceitos da nossa sociedade e esquecemos que também temos uma mente analítica capaz de opinar sobre qualquer coisa, sem estarmos presos a dogmas, códigos de moral e outras regras cuidadosamente impostas sobre a sociedade. Regras estas que foram criadas pela sociedade, pelas elites, com seus motivos e pretensões etc. 
    Como assim, regras criadas? A ética, a moral não é inata? 
    Bem, vamos, desde já, deixar uma coisa esclarecida por estes domínios: Toda e qualquer regra da sociedade foi criada pela mente humana, inclusive a religião e a moral. Assim, a cultura nada mais é do que a oficialização do ideal criado, por isso há tantas culturas e ideologias distintas espalhadas pelo mundo. Partindo desse princípio, pode-se afirmar que a ideologia é mutável e está sujeita a transformações.
    Esse é meu ponto de vista. Afinal, não existe nada pré-concebido. Não há nenhuma voz sobrenatural que dite nossas regras e nossos costumes. Somos plenamente responsáveis por tudo que impomos a nós mesmos e aos outros.
    Um exemplo disso é o conceito de pudor. Nas sociedades de origem européia ou que foram colonizadas pelos europeus, como é o caso do Brasil, andar nu é extremamente proibido e considerado crime. Por que? Sei lá! Mas é escandalizante ver uma pessoa andar nua no meio da rua.
    Imagine a cena: Você está andando tranquilamente em algum lugar perto de casa e de repente se depara com algum maluquinho andando pelado na frente de tudo e de todos. Com certeza, você já deve estar ouvindo os gritos exaltados das senhoras, bradando: Mas que pouca vergonha! Alguém chame a policia! Isso é um desrespeito! e muitas outras coisas mais.
    Sim, ver alguém pelado na rua é garantia de escândalo geral.
    Agora, imagine um dia na praia. Sol escaldante torrando o couro cabeludo, suor escorrendo pelo rosto, o corpo todo grudento por causa do suor... E pessoas vestidas em trajes de banho. Meninas, moças e senhoras cobertas com aqueles poucos centímetros de pedaço de pano denominados biquines. Sunguinhas coladinhas. TopLess (?) E tudo isso é absolutamente normal!
    Por que não é escândalo ver uma pessoa semi-nua na praia?
    E isso porque as duas situações estão dentro de uma mesma cultura.
   Agora, e os índios? Os índios vivem nus, não tem roupa, e convivem muito bem com isso. A visão do sexo oposto é vista com naturalidade.
    Você ainda acredita que a moral é inata?
    Isso tudo foi para ilustrar a teoria de que as ideologias são criadas pelo homem, são mutáveis e estão sujeitas a transformações. Ok. Já disse isso. Mas daí podemos ir além: Podemos acreditar que se tudo muda, NÃO EXISTE UMA VERDADE ABSOLUTA, e portanto uma coisa que é verdadeira hoje pode ser falsa amanhã, ou vice-versa, a depender do rumo da sociedade.
    Mais exemplos?
    Vamos começar com um bem simples: A escravidão.
    Na Era Moderna, desde o século XV até o século XVIII e XIX, a escravidão era considerada completamente natural. E o africano era considerado uma raça inferior, destinado ao trabalho braçal, aos castigos, a vida de animal. Até mesmo a Lei Áurea, que aboliu o sistema escravista no Brasil, não foi promogulada por motivos ideológicos, e sim por interesses financeiros: criação de um novo mercado consumidor, criação de um trabalho assalariado, incentivo a imigração... e tudo aquilo que estudamos na Revolução Industrial... 
    Hoje, a escravidão é considerada crime, um absurdo, uma crueldade... O africano é considerado como igual ao branco, ao asiático, ao índio e a todas as demais raças. 
    (Estou falando da escravidão no Brasil. Eu sei que existiram escravos brancos, índios, asiáticos - se duvidar até e.t. já foi escravo, mas enfim, continuando...)
    E quem está com a razão? As pessoas que acreditavam que escravidão era natural ou as que acreditam que é um crime?
    90% das pessoas que leram até essa parte vão dizer que somos nós, é claro. Mas não somos.
    Não existe ninguém com razão.
    Como disse o filosofo alemão Hegel, a história é como um rio e estamos sentados em sua margem. As águas que passaram ontem não são as mesmas que passam hoje. Cada época tem um ponto de vista e isso não significa que uma época estava errada, nem que a outra estava certa. São somente pontos de vista. E como esses pontos de vista foram criados pelo homens, são mutáveis e estão sujeitos a transformação.
    Se você perguntasse a alguém do século XIII: "Quem é que está em movimento: A Terra ou o Sol?" Obviamente, ele responderá: O Sol!
    E mais: ele ainda completará: O Sol gira em torno da Terra, por isso temos o nascer e o pôr-do-sol. Nós somos o centro do Universo, e a Terra é plana!
    Sim, sabemos que a Terra é que gira em torno do Sol, dentro do sistema solar, formado por oito planetas, dentro da Via-Láctea, que tem entre 200 e 250 bilhões de estrelas...
    Mas quem está com a razão? Nós ou o homem da Idade Média?
    Imagine a situação do coitado: Vê todos os dias o sol de movimentando de leste a oeste pelo céu, vê que o mar termina em uma linha e aprende na escola e na Igreja que a terra é o centro do Universo! Provavelmente, se você lhe contasse a verdade, ele riria da sua cara.
    Provavelmente, você não concordará com meu ponto de vista, afinal a ciência comprova que a Terra gira em torno do Sol, mas e daí? A ciencia confirma que existem elétrons, prótons e neutrôns sendo que você nunca viu nenhum. Não seria isso uma questão de fé?
    Mas esse assunto é muito polêmico, e eu com certeza poderei discorrer sobre eles em uma outra ocasião. Fica a compreensão de alguns e a indignação de outros... não me importo de ser criticada, desde que a critica seja coerente e visando alguma coisa construtiva.
    Carpe Diem


Hoje eu falei sobre:
  • Niilismo
  • Pragmatismo

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